quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dois passarinhos

Maria gostava de Antônio que gostava de Laura que gostava de João que gostava de Bárbara que gostava de Carlos que gostava de Ana Luísa que gostava de Pedro que gostava de Amanda que gostava de Eduardo que gostava de Iracema que gostava de Armando que gostava de Juraci que gostava de Gabriella que gostava de Theodoro que gostava de Júlia que gostava de Romeu e ele igual dela.

Rodrigo gostava de Patrícia que gostava de Lucas que gostava de Mariana que gostava de Hugo que gostava de Aline que gostava de Joel que gostava de Daniela que gostava de Paulo que gostava de Cristina que gostava de Isabel que gostava de Helena que gostava de Jorge que gostava de Flora e Clarice que gostava de Rogério que gostava de Michelle que gostava de Romeu que gostava de Júlia e ela na mesma intensidade dele.

Giovana gostava de Davi que gostava de Samira que gostava de Abreu que gostava de Regina que gostava de Alberto que gostava de Jéssica que gostava de Thiago que gostava de Thereza que gostava de Julião que gostava de Jussara que gostava de Matheus que gostava de Marina que gostava de Francisco que gostava de Júlia que gostava de Romeu e ele amava ela e ela amava ele e eles milagrosamente se amavan do mesmo jeito.

O gostar de uma pessoa que gostava de outra se acabava ali diante daquele confluência mágica de dois rios, de dois seres, de duas luzes só deles. O encontro de duas pessoas é uma das coisas mais lindas que pode existir. Ficar junto, escolher-se por amor. O destino a vida ao acaso permitir, sem que houvesse nenhum laço anterior, o vôo de dois passarinhos livres, traçando no céu uma historinha feliz e apaixonada cheia de amor, amor, clichê, clímax e calor.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Nome

Mudo de nome assim como quem troca de roupa... Não me custa praticamente nada. Substituo algumas letras por outras. Aumento a ortografia do meu nome. E troco em alguns cliques meu sobrenome. Me sinto renovada, pronta para recomeçar. Só o tempo vai dizer até quando esse nome vai me valer. Não tenho obrigação de carregar um mesmo nome a vida toda. Aqui nesse espaço posso mudar de nome quando quizer. Ai que coisa boa... poder brincar com a realidade, saber que ela foi inventada e que há diversas possibilidades de se criar a sua. Como se nome fosse coisa tão importante assim. Por que fico às vezes gastando tempo com o que no fim das contas não terá a mínima importancia? Como diz o poeta: "daqui há quando muito cem anos, quem sabe existirei!?". O que vai acontecer depois o meu pensamento não se preocupa em saber... porém, estar ciente da efemeridade da nossa existência me dá um alívio e uma grande vontade de brincar, de olhar meu mundo de cabeça pra baixo num movimento de alongamento, sabe? assim literalmente, com a cabeça ao contrário vendo tudo de outro de outro ângulo. É por isso que mudo meu nome quando quero mudar. Troco Gabi Pimentel por Gabriela Hagen e me sinto bem. E isso é o que vale e isso é o que me importa agora.

sábado, 11 de agosto de 2012

" "

Não estou escrevendo mais. Tenho a impressão de ter dito tudo. Tudo que estava ao meu alcance saiu pelo bico da caneta no papel. Em letra garrancho que aspirou acompanhar a velocidade do pensamento. Já não escrevo mais. Tô parecendo um piruá de pipoca encroado!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Hahahahaha

Estão rindo com seus dentes brancos... Enquanto que por dentro se sentem incomodados com uma coisa e outra que vai no decorrer dos encontros alfinetando, espetando os seus egos. Depois ficam dias pensando e se lamentando pelo o que não disseram no momento.
E continuavam gargalhando, sem que sempre o quisessem, em cada reuniãozinha, pois não sabiam como comunicar e dizer onde estava o limite entre o engraçado e o ofensivo. Hahaha...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Por um só momento

Isadora esperava aquele momento em que as pessoas a sua volta falariam completamente o que sentem tomadas pela força impulsiva do coração. Que se desnudassem de suas vestimentas cotidianas. Nem que pra isso fossem vistos como loucos, mas que fossem verdadeiros por um só momento. Deixando de ser cópia, boiada. Muuuhhhh
Ela também reconhecia que aquele ponto de pura expressão muitas vezes só os artistas vivem, principalmente os atores e as atrizes de teatro e cinema cult em seus papéis mais que instigantes: amedrontantes!
Boi, pega esse adulto que tem medo de careta.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Feliz

Sabe aquele som fininho da criança pequena soprando a gaita? Sabe como é trocar sorrisos com alguém que não se conhece? Sabe como é gostoso dormir profundo e ter sonhos lindos? Sabe como é bom comer junto com quem se ama? Sabe como é limpar a casa e se sentir leve? São coisas do cotidiano que trazem uma alegria pura de outros tempos de uma sensação já vivida. Coisas tão simples e singelas que tanto fazem feliz... Mi, fá, sol...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Outra

Tinha aprendido que o correto era ser humilde, obediente, simples, generosa, caridosa, crente, bondosa, dócil, religiosa, temente. Porém, sua natureza não lhe ajudava. Até reconhecia pingos dessas qualidades angelicáis em si, mas tinha muitas outras inclinações e não dava para esconder... Sempre tinha sonhado em ser uma pessoa grandiosa, possuidora de fama e poder. Adjetivos como excêntrica, complexa e orgulhosa lhe definiam melhor. Era então má por ser transparente? por incomodar a comunidade de onde vinha com sua presença? Tinha que se sacrificar para se transformar em outra coisa? Bem que sua família gostaria de ter um pouco mais de influência e poder equisitivo, apesar da condição em que se encontrava: rebanho.
Ela era também uma pessoa faladeira, boa para animar as festas pois sempre contava coisas engraçadas despertando facilmente o dispositivo de riso naqueles que a escutavam. Além disso, era muito animada, gostava de dançar, se movimentava com beleza e brilho pelos salões e terreiros da cidade que já parecia pequena para habitar sua personalidade expansiva. Sonhava em ir viver na metrópole... Mais do que construir uma família queria estudar, se tornar doutora em uma das faculdades que a universidade oferecia... E pensava veementemente em seguir pelos caminhos (in)certos da filosofia... Assim adquiriria ferramentas para desenvolver ainda melhor o seu grande dom: pensar.